sábado, março 15, 2008

Sanguessuga tem mais voto na Câmara do que oito Estados somados


Com 69 integrantes, a bancada dos deputados envolvidos no escândalo sanguessuga revela que a corrupção mudou de caráter no país. Deixou de ser um fator marginal da vida política, capaz de envergonhar o cidadão e desmoralizar a vida pública do ponto de vista ético mas sem participar da tomada de grandes decisões, para se transformar num fator político de primeira ordem, com influência e poder de fogo. A soma das bancadas de oito Estados (Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Amazonas, Amapá, Rondonia, Alagoas, Acre e Roraima) bate em 66 deputados, número menor que a bancada dos acusados pela CPI. Isso quer dizer que há mais parlamentares mobilizados para encher os bolsos com práticas ilícitas do que envolvidos diretamente em causas necessárias da vida pública, como a Amazonia, o Pantanal e tantas outras. Com 12% dos votos em plenário a bancada sanguessuga é 40% maior que o PPB de Paulo Maluf, 260% maior que PTB de Roberto Jefferson e o PL que já foi do vice José Alencar, 330% maior que o PDT de Cristóvam Buarque e o 500% maior que PC do B do presidente da Câmara, Aldo Rebelo. Na prática, apenas os quatro grandes partidos – PT, PFL, PMDB e PSDB – fizeram menos deputados que a corrupção em 2002. Mas o PT eleito em 1998 era menor do que o partido sanguessuga e deve sair menor das urnas de 2006. Se forem somados os dez parlamentares sob suspeita, mas não acusados, a bancada já fica maior que a do PMDB e PSDB. Para um antigo ministro, “a corrupção virou um fator de decisão.” Isso quer dizer que os corruptos já têm peso em votações importantes para os rumos do país, contam votos para a escolha de quem comanda o poder legislativo e podem até agir como partido político, a partir de interesses próprios - como ficou claro, na verdade, na penúltima campanha pela presidência da Câmara, vencida por Severino Cavalcanti. O sanguessuga representa a corrupção como doença de Estado, permanente e profunda, bem mais difícil de curar do que delinqüencias conjunturais, que variam de um governo para outro, como o mensalão, a reeleição, os votos para o mandato de 5 anos na Constituinte e assim por diante.
por Paulo Moreira LeiteAuthor->prefered_name() -->, Seção: brasil s 07:59:54.

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