quinta-feira, maio 25, 2006

APRENDEMOS ALGUMAS LIÇÕES DO TRAUMA DE SÃO PAULO


O crime organizado atacou e abalou a população de São Paulo nos últimos dias, e só podemos dizer que a pusilanidade só merece a nossa indignação. Da mesma forma, a atuação corajosa e eficiente dos policiais, alguns dos quais sucumbiram nesse combate, deve receber nossas homenagens. Nesta oportunidade gostaria de chamar a atenção para quatro aspectos que me parecem salientes em todos esses acontecimentos: O nível de organização e atrevimento desses grupos impressiona e causa muita preocupação. O crime está organizado de forma muito eficiente e competente, com uma rede complexa e recursos bem elaborados, o que dificultou muito o seu combate. Torna-se cada vez mais indispensável o uso da inteligência para enfrentar esse tipo de organização. É altamente elogiável a mobilização do Congresso, especialmente do Senado, para discutir e votar projetos que aumentem a eficácia do combate à criminalidade. São medidas importantes bem como a vigilância maior, a incomunicabilidade dos presos de alta periculosidade e o fim de outras mordomias, que limitam a ação dos bandidos e aumentam a segurança da população. Assim o governo federal precisa com urgência investir na segurança pública, um tema que historicamente sempre foi desprezado pela Nação. Com a escusa de que segurança é um assunto dos Estados, o Governo Federal tem se esquivado do assunto. O problema é que por muito tempo a segurança deixou de ser um problema limitado às fronteiras estaduais ou mesmo nacional. Hoje não existem mais limites geográficos para o crime organizado e seus poderosos tentáculos. O tráfico internacional de drogas e armas e o controle de fronteiras, por exemplo, são atribuições do Governo Federal e hoje são ações que estão interligadas com o problema da violência nas grandes cidades. É urgente que o governo federal adote uma política de segurança e organize o combate ao crime em todo o território nacional, como a unificação das polícias estaduais ou a criação do Ministério da Segurança. Finalmente, mas não menos importante, cabe o alerta para que a população, sempre fragilizada nesses momentos não caia na tentação da demagogia inútil e, por isso mesmo, sempre perigosa. Populistas de plantão faltarão a prometer uma solução mágica para a questão da segurança. Dirão que tudo é culpa do governo e que a solução só depende de vontade. É bom lembrar que esse é um problema muito complexo e sério, de origens diversas, que não surgiu agora e nem vai desaparecer de uma hora para outra. Vai depender muito da situação econômica do país nos próximos anos. É claro que não dá para cruzar os braços e esperar, como as sugestões acima comprovam, mas segurança depende basicamente de investimento e de muita inteligência, e não de demagogia e fanfarrice de palanque e eleitoreira. Aprendemos algumas lições do trauma de São Paulo e não devemos esquecer e a sociedade se organizar para votar nos compromissados com a segurança de nosso povo.

Bruno Calil Fonseca é advogado em Itaberaí-GO.

www.brunocalil.com.br

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