Cientistas acreditam na possibilidade de haver vida, pois o
Kepler-186f apresenta condições muito semelhantes ao nosso planeta
Por Fabrízia
Ribeiro
Fonte da imagem: Reprodução/NASA
Através do telescópio espacial Kepler, a NASA já foi capaz de identificar alguns planetas possivelmente habitáveis. Mas eventualmente
havia uma característica ou outra que poderia diminuir as chances de encontrarmos
vida fora da Terra. Porém, ontem (17) a agência espacial divulgou a notícia de
que o telescópio encontrou um planeta muito semelhante à Terra.
A NASA revelou que o Kepler-186f é o primeiro planeta confirmado a ter o
tamanho da Terra e estar localizado na zona habitável de outra estrela. Isso
significa que o novo astro tem o tamanho ideal e a distância certa de seu sol
para que ele possa apresentar características similares ao nosso planeta – ou
seja, uma composição rochosa e água em estado líquido na superfície.
Um primo da Terra
Essa descoberta é resultado da análise de dados que foram coletados pelo
Kepler entre março de 2009 e maio de 2013. Nesse período, os outros planetas descobertos eram muito grandes (o que seria
um indício de sua composição gasosa) ou estavam perto ou longe demais da
estrela mais próxima (o que dificultaria a existência de água na superfície).
Ainda, os planetas anteriormente encontrados em zonas habitáveis eram 40%
maiores do que a Terra. Por outro lado, o Kepler-186f tem uma diferença de
apenas 10% com o nosso planeta. Além disso, os cientistas já sabem que o astro
leva 130 para completar a órbita em torno de sua estrela e recebe um terço a
menos de luz do que a Terra.
Fonte: Reprodução/NASA
Os pesquisadores também observaram que o Kepler-186f orbita uma estrela
anã-vermelha, que é menor, mais fria e menos brilhante do que o sol. Ainda,
sabe-se que o novo planeta – que, por causa das diferenças está sendo
considerado um primo, mais do que um irmão gêmeo da Terra – está a 500 anos-luz
de distância.
Novas investigações
“Estar na zona habitável não significa que o planeta é habitável. A
temperatura no planeta depende muito do tipo de atmosfera que ele tem”, explica
Thomas Barclay, pesquisador do Bay Area Environmental Research Institute.
Contudo, a atmosfera do Kepler-186f ainda é desconhecida. O telescópio
espacial não possui tecnologia suficiente para detectar se as condições
atmosféricas são ideais para a presença de água e para que as temperaturas
sejam toleráveis para haver vida da maneira que conhecemos. Uma análise mais
detalhada do astro será feita pelo telescópio espacial James Webb, que deve ser
colocado em órbita em 2018.
“A revelação do Kepler-186f é um passo significante em direção à descoberta
de outros planetas como a Terra. Futuras missões da NASA (...) descobrirão os
exoplanetas rochosos mais próximos e determinarão sua composição e as condições
atmosféricas, dando continuidade à busca da humanidade por outros mundos como a
Terra”, comenta Paul Hertz, diretor da divisão de astrofísica da sede da NASA
em Washigton.
- Fonte NASA
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