quinta-feira, setembro 02, 2010

GOIÁS LIDERA DEVASTAÇÃO DO CERRADO

Segundo pesquisa do IBGE, estado já derrubou área igual à de 294 municípios como Goiânia

João Gabriel de Freitas de Rio Quente

Vítima crônica do desmatamento e com cobertura total quase que em sua metade comprometida, o bioma Cerrado, um dos mais ricos em biodiversidade do País, tem em Goiás sua maior área degradada, segundo a pesquisa Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) 2010, desenvolvida e divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Composto por mais de 20 itens, o IDS abarca pesquisas diversas referentes tanto a questões ambientais - como emissões de gases poluentes, incêndios florestais ou mesmo a área remanescente e o desmatamento do Cerrado -, assim como tópicos socio-econômicos e institucionais, referentes ao período de 2002 a 2008. No levantamento, evidencia-se um dado alarmante. E, 2008, Goiás tinha a maior área destruída de Cerrado: 214.587 quilômetros quadrados, o equivalente à area de 294 municípios do tamanho de Goiânia e que representa 65,11% de sua área no Estado. Quanto à sua cobertura vegetal original, que se estende por 12 Estados, o bioma Cerrado chega a 2008 com praticamente metade de sua área desmatada. Do total de 2.038.953 de quilômetros quadrados, restam ainda 1.052.708 quilômetros quadrados, sendo que até o ano de 2008, 48,4% do total já haviam sido destruídos, conforme dados do Centro de Sensoriamento Remoto do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (CSR/Ibama), em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente. Em Goiás, dos 329.595 quilômetros quadrados do Cerrado original, 214.587 quilômetros quadrados já foram ao chão.

A manutenção, até o momento, dos 34,89% de Cerrado que ainda resistem no Estado, muitas vezes se sustenta por questões eminentemente naturais, como bem explica o geólogo Péricles Prado, gerente de recursos naturais do IBGE. "A maioria das áreas hoje preservadas normalmente se encontra em regiões de solo rochoso ou mesmo voçorocas, o que não chega a ser útil para a agropecuária" alega Prado. "Infelizmente, hoje, o Cerrado que se encontrava em áreas planas, e até mesmo em regiões de preservação permanente, como nas beiras de rios, foi derrubado", afirma.

Péricles também ressalta que, mesmo com poucas áreas ainda preservadas, faltam pesquisas mais precisas para identificar áreas de Cerrado que ainda são ameaçadas pela fronteira agrícola e pecuária. Conforme também atesta Laerte Ferreira, coordenador do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da Universidade Federal de Goiás (Lapig/UFG), que monitora a região Centro-Oeste com imagens de satélite, a área do Estado onde o Cerrado ainda é mais vitimado abrange as regiões no Nordeste, na divisa com a Bahia, e Sudoeste. No entanto, o ritmo do desmatamento em Goiás diminuiu entre 2002 a 2008, segundo a mesma pesquisa divulgada ontem pelo IBGE.

A explicação talvez seja justamente a ausência de áreas do bioma nativo disponíveis. "Notamos uma tendência de queda do desmatamento em Goiás nos anos mais próximos, mas isso não significa que ele se encerrou. Hoje, o desflorestamento se concentra em Mato Grosso", diz Laerte Ferreira.

De fato, conforme também atesta o IDS 2010, Mato Grosso lidera o desmatamento entre os Estados, no período de 2002 a 2008, 17.589 quilômetros quadrados desmatados, seguido de Maranhão, e Tocantins (veja quadro). Nestes seis anos, Goiás registrou o desmatamento de 9.898 quilômetros quadrados de Cerrado.

Já as Unidades da Federação que possuem maior área de Cerrado original são: Mato Grosso (17,60%), Minas Gerais (16,37%) e Goiás (16,16%).

Fonte: www.opopular.com.br/

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